São diversos os mitos e verdades do aquarismo.

Se tem um hobby que desperta fascínio, é o aquarismo. E tudo que desperta fascínio também gera curiosidade e, por consequência, mistérios. Pensando em desmistificar esses mistérios e lendas que existem acerca do aquarismo, listamos e respondemos algumas das dúvidas mais frequentes, revelando-as.

Confira alguns mitos e verdades do aquarismo

 

1. pH neutro serve para todos os tipos de peixes

PH é uma escala numérica que especifica a acidez ou basicidade de uma solução aquosa. e teoricamente sim, pH neutro serve para todos os tipos de peixes. Desta forma, quando um aquário tem o pH7, a grande maioria dos peixes consegue sobreviver, no entanto, isso não quer dizer que o desenvolvimento deles não seja afetado, pois para crescerem e se reproduzirem, alguns peixes precisam estar em seu pH ideal. Até é possível manter o peixe no pH neutro, porém se a expectativa de vida dele é de, por exemplo, 10 anos, provavelmente ele não conseguirá atingi-la e pode ser que ele também não consiga se desenvolver ou chegar ao tamanho que chegaria se estivesse num aquário com o pH adequado para sua espécie.

 

2. O peixe cresce de acordo com o tamanho do aquário em que vive

Esta é uma questão comum entre os mitos e verdades do aquarismo. O tamanho do aquário influencia sim, no crescimento do peixe, mas este não é o único fator. Existem outros fatores diretamente ligados ao seu crescimento, entre eles, qualidade da água, temperatura e alimentação. Pode acontecer de se ter um aquário grande, boa alimentação, mas os parâmetros da água não tão adequados; ou um aquário grande, parâmetros adequados mas não ter uma boa alimentação. O peixe vai se desenvolver, mas para um crescimento saudável e de qualidade é preciso que todos os fatores de influência estejam devidamente adequados.

 

3. Cascudos limpam o aquário porque se alimentam de fezes de outros peixes

Eis é uma lenda errônea entre os mitos e verdades do aquarismo. Não, cascudos não limpam aquários. Existe o mito de que cascudo é limpador, faxineiro do aquário, mas na verdade o cascudo é um peixe algueiro, ou seja, ele se alimenta de algas e também de algumas fibras de madeira.

Na natureza, é comum o cascudo ficar preso em troncos e raízes, já que costuma “roer” a madeira para extrair algumas fibras. O cascudo tem em sua boca uma espécie de serrinha, desta forma, chega a ficar por horas numa pedra, raspando-a para tirar dela pequenas algas para se alimentar. Num aquário, ele pode até se alimentar de restos de ração que venham a afundar, mas sua dieta não é composta por ração e muito menos por fezes, e sim  fibras de madeira e algas.

 

4. Aquários pequenos são mais fáceis de cuidar

Outra questão bastante comum entre os mitos e verdades do aquarismo está a afirmação de que é mais fácil cuidar de aquários pequenos. Se tratado corretamente, montado com filtro, utilizando os produtos adequados e fazendo corretamente a troca parcial de água (TPA), um aquário pequeno dará o mesmo trabalho de um aquário médio ou grande.

Quando o aquário é pequeno, mas povoado com uma quantidade maior de peixes, será necessário fazer a troca de água e limpeza de filtro com mais frequência, mas quando o aquário é pequeno e com a quantidade ideal de peixes para o seu tamanho, o trabalho será o mesmo de um aquário médio ou grande, desde que tudo esteja balanceado.

 

Aquários povoados exigem trocas frequentes de água - Mitos e verdades do aquarismo

Um aquário pequeno, mas povoado, exige limpeza e trocas frequentes de água.

 

5. É preciso remover toda a água do aquário para limpá-lo

Mito. Não se pode retirar toda a água e nem lavar o aquário, pois desta forma retira-se todo o seu sistema biológico e as bactérias boas que auxiliam na estabilização e no sistema de filtragem do aquário. Além disso, ao realizar uma troca radical, de 100% da água, corre-se um grande risco de gerar um choque térmico e um choque de pH na fauna. Por isso, o ideal é fazer sempre a troca parcial de água em, no máximo 50%, por mais que a água esteja muito suja. Para limpá-la, as trocas parciais podem ser feitas diariamente ou até duas vezes ao dia, mas nunca totalmente, para que não se desencadeie um desequilíbrio biológico, ou um choque térmico ou de pH nos peixes.

 

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6. É fundamental a realização de testes na água do aquário

Verdade. Mesmo com a tendência do aquário se estabilizar com o decorrer do tempo e a frequência de realização dos testes diminuir, nunca deve-se descartá-los, pois por meio deles é possível prevenir picos de amônia e nitrito, oscilação de pH, ou até mesmo a presença de cloro na água de reposição.

O ideal é fazer o teste de cloro a cada troca parcial de água (TPA) e, uma vez ao mês, um teste de pH, amônia e nitrito, para evitar oscilações e picos que podem ocasionar perdas no aquário.

 

7. É normal os peixes durarem poucas semanas

Entre os mitos e verdades do aquarismo, esta é uma ideia muito triste e errônea. Não, não é normal os peixes durarem poucas semanas. Peixes vivem anos e já foi comprovada a existência de peixes centenários, como a carpa, por exemplo. Um dos motivos que os fazem viver pouco são as condições do aquário, ou seja, trocas de água drásticas, que provocam choque térmico e de pH e picos de amônia e nitrito que não são identificados por falta de testes.

Existem vários outros fatores que ocorrem no sistema fechado do aquário e que podem provocar a mortandade dos peixes, como a incompatibilidade entre eles, quando um acaba atacando o outro, por exemplo. No entanto, um peixe vive mais de anos em aquário.

 

8. Deve-se lavar o cascalho do aquário com água e detergente

Jamais deve-se lavar o cascalho do aquário, nem com água e muito menos com detergente, a não ser que o aquário esteja desativado. O cascalho deve ser lavado apenas com água corrente e colocado para secar para a montagem de um novo aquário. Jamais deve ser utilizado qualquer produto químico, pois podem permanecer resíduos que intoxicarão a água.

Quando o aquário já está montado, não deve-se lavar o cascalho, já que ele contém bactérias boas que ajudam no sistema de filtragem. Por isso, o ideal é aspirá-lo com um sifão – aparelho que retira a sujeira, sem retirar o cascalho – ao fazer uma troca parcial de água, ou até mesmo diariamente. Dessa forma é possível evitar variação de biologia.

 

Existem mais mitos e verdades do aquarismo que você gostaria que fossem desmistificados? Deixe seu comentário. Será um prazer respondê-los!

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