O sonho de nove entre 10 pescadores esportivos do país é conhecer a Amazônia e ir em busca do tucunaré-açu.
Esse é um destino que encanta pelas belezas naturais da região, que são ímpares. Suas praias de areias branquinhas, em um contraste com a água “coca-cola” do Rio Negro formam um ambiente peculiar que é complementado pela fauna e flora abundantes e principalmente pela companhia dos amigos e outros pescadores. Tudo isso junto forma um ciclo, no qual o pescador se cerca e vicia.
Entenda um pouco sobre tudo que envolve esse peixe e essa região tão importante para nosso país.
A pesca na Amazônia
Além de proporcionar momentos fantásticos ao pescador esportivo, o tucunaré-açu é capaz de impulsionar cerca de R$ 500 milhões na economia do estado Amazonas e R$ 150 milhões em Roraima (que também vem em uma crescente do turismo de pesca do tucunaré-açu), sendo que alguns desses reais entram em moedas como Dólar, Euro, Iene, entre outras.
Isso porque, cada vez mais, a pesca no Brasil vem se estruturando para receber o público estrangeiro, que é exigente, e este, por sua vez, já percebe o profissionalismo dos operadores, aumentando ano a ano, a participação nessas cifras.
Temporada do tucunaré-açu na pesca na Amazônia
A temporada de pesca do tucunaré-açu tem início em setembro, na grande maioria das regiões, sejam elas próximas ou afastadas de Manaus.
Nas regiões mais próximas da Capital do Amazonas, nos rios Juma, Mutuca, Urubu, entre outros, a temporada se encerra em dezembro.
Já nas regiões mais acima do Rio Negro e afluentes, em cidades como Barcelos, Santa Isabel do Rio Negro, São Gabriel da Cachoeira, e o Rio Branco e seus afluentes, geralmente se encerra no mês de março.
Entretanto, vale lembrar que o regime das águas influencia muito no início e encerramento da temporada, e nisso quem manda é a mãe natureza.
O tucunaré açu
O tucunaré açu, cujo nome científico é Cichla Temensis, é um dos, senão o mais cobiçado peixe esportivo do Brasil.
Na língua tupi, tucunaré significa: Tucun (árvore) aré (amigo), e Açu (grande). Só com essa informação já é possível identificar características que são válidas para se encontrar os pontos de pesca dessa espécie.
Pontos de pesca do tucunaré-açu na Amazônia
O regime de águas influencia bastante nos pontos de pesca, pois trata-se de um peixe que tem como características principais caçar e viver próximo de estruturas, como árvores alagadas ou caídas, vegetações aquáticas, pedras, etc.
Durante a cheia dos rios, grande parte da floresta acaba alagada, fato que dificulta muito o acesso até onde o peixe está.
É por esse motivo que existe a velha pergunta que quase todo pescador já ouviu ou fez algum dia: “O rio está na caixa?”. Pois é nesse momento, quando a água sai da floresta, concentrando a maioria do seu fluxo na calha do rio e formando lagos em algumas regiões, que os peixes são encontrados em abundância, facilitando o arremesso às margens e, consequentemente, sua captura.
Barcelos: a capital do tucunaré
Barcelos, município no interior do Amazonas, é conhecido como a capital mundial do tucunaré. A cidade é porta de entrada para os grandes tucunarés-açus, e assim como sua vizinha, Santa Isabel do Rio Negro, são os locais mais procurados e com maior índice de grandes espécimes.
Mas nem só de tucunaré-açu, vive a região. Barcelos é o maior arquipélago fluvial do mundo, com aproximadamente 1.500 ilhas. É também a capital do peixe ornamental, e a cidade com maior participação nesse segmento, podendo chegar a 50% do mercado de peixes ornamentais de água doce no Brasil.
Mais de 10% são de outras regiões do Amazonas, 30% do Pará e 10% distribuídos por outras cidades do Brasil, e a grande maioria desses peixes é exportada legalmente para aquaristas do mundo todo.
Na região de Barcelos podem ser encontrados outros espécimes como: tucunaré paca (que se trata do tucunaré açu, em um ciclo de vida diferente), tucunaré popoca, tucunaré borboleta, aruanã, pirarucu, pirarara, cachara, piraíba, traíra, entre outros.
Recordes mundiais
O IGFA – World Record Game Fishes é a principal autoridade em atividades de pesca e a detentora das capturas de pesca mais recentes do mundo por categorias de peixes.
A organização homologa recordes mundiais por comprimento e por peso, por meio de regras cujas medições são efetuadas por réguas e alicates próprios que passam por rígidos testes para que não haja nenhuma margem de erro.
O recorde de tucunaré-açu por peso é único e seu detentor é o pescador brasileiro Andrea Zaccherini, com o peixe com impressionantes 29 lbs e 1oz, o equivalente a 13.190 kg, capturado no dia 03/11/2010.
Já no recorde de comprimento existem vários empates, alguns “técnicos”, pois conforme as regras, existe uma margem para que um possa se sobrepor ao outro. Hoje, são oito recordes mundiais capturados na região de Barcelos e Santa Isabel do Rio Negro, sendo sete brasileiros e um americano, com medidas entre 89 e 91cm.
Equipamentos necessários para a pesca
Os equipamentos mais utilizados para quem busca pelo desafio com tucunaré-açu são:
- 2 conjuntos de varas entre 17 e 25 lbs de ação rápida
- carretilha perfil baixo ou molinete tamanho 2500/3000
- linha de multifilamento entre 50 e 70 lbs
- leader de fluorcarbono entre 60 e 70 lbs
- snap reforçado
- iscas artificiais de superfície, twitch bait, meia água e jig
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Barco Marruá
Uma dica para quem quer conhecer a região e procura por uma empresa séria, profissional e que pensa em todos os detalhes para que seja possível viver essa experiência é o Barco Hotel Marruá, que fica na região de Barcelos.
O serviço já está com agenda aberta para reservas para a temporada 2023/2024 e com um grupo em andamento com a Agrosete/Seven Fishing.
Quer saber mais sobre o tucunaré-açu e sua temporada de pesca na Amazônia ou ficou com alguma dúvida sobre o assunto? Deixe seu comentário. Será um prazer poder ajudar!
Colaboração: André Queiroz
André é pescador há mais de 20 anos e, há 11 anos, pesca na região do Amazonas, conhecendo rios, estruturas, situações de pescas adversas e dividindo experiência.
É também proprietário do Barco Hotel Marruá.