Por serem aves sociáveis, brincalhonas, inteligentes e interativas, ao nos depararmos com calopsitas, sempre nos vem a pergunta: “calopsita gosta de carinho?” E a resposta para esta dúvida é: “Sim, as calopsitas gostam muito de carinho.”

De um modo geral, os psitacídeos são aves carinhosas e gostam de receber bastante atenção, chegando até a pedir um afago, tanto para outra ave quanto para seu tutor. Porém, é muito importante salientar que cada ave tem sua particularidade e, apesar de gostar de carinho, pode se sentir ameaçada.

Pensando em esclarecer essa questão, que é muito comum, selecionamos algumas informações importantes sobre o assunto. Confira!

 

Ave arisca

Uma calopsita pode ser brava ou arisca por diversos motivos: por nunca ter tido contato com humanos, por ter sofrido maus tratos, algum trauma ou até mesmo algum ataque de predador. Quando a ave se encontra em uma dessas situações, ela pode interpretar a tentativa de carinho como uma ameaça. Entretanto, mesmo calopsitas ariscas gostam de carinho.

Normalmente, a ação de se levar a mão para  pegá-la ou para fazer um afago pode ser entendida como uma invasão de espaço e até mesmo como um ataque, ao qual ela estará na defensiva.

 

Respeito ao espaço

Para tentar mudar esse comportamento da ave, em primeiro lugar é preciso observar sua linguagem corporal e perceber se ela se estressa com a aproximação humana, ficando agitada, se encolhendo, fugindo, paralisando ou mesmo atacando. É preciso conhecer a calopsita, se aproximar lentamente e ter uma convivência antes de tentar acarinhá-la.

É essencial respeitar o espaço da ave, ter paciência, dedicação e aceitar seus limites, pois com o tempo ela tende a receber esse carinho, se tornando uma ave dócil.

É essencial respeitar o espaço da ave- Calopsita gosta de carinho?

É essencial respeitar o espaço da ave e aceitar seus limites, pois com o tempo ela tende a receber esse carinho, se tornando uma ave dócil.

 

Medo de mãos

Em hipótese alguma o tutor deve forçar a ave a ficar em sua mão. É importante ter em mente que mesmo quando a calopsita gosta de carinho, não se deve levar a mão por cima da ave e nem dentro da gaiola em um movimento de pegá-la, pois isso pode torná-la ainda mais arisca.

Quando a calopsita tem medo de mãos, o recomendado é procurar conviver com ela, conversar falando baixo e deixar a portinha da gaiola aberta até que ela se sinta segura e se aproxime. E quando houver esse interesse por parte da ave, o tutor pode oferecer um petisco, em seguida colocá-lo próximo da saída da gaiola, até que possa começar a oferecer o petisco na mão. Essa evolução de confiança é construída com persistência e dedicação.

 

Reforço positivo

O petisco ajuda bastante como um reforço positivo. Com ele, a ave passa a entender que o tutor não irá forçá-la e nem fará mal a ela.

Porém, vale salientar que independentemente da prática correta no processo de aproximação, devido à personalidade de cada ave, pode acontecer de, ainda assim, a calopsita não aceitar o contato humano, apesar do tempo e da dedicação.

 

Outras formas de carinho

Como cada ave age de uma forma, nem sempre o carinho significa ter contato com a mão. Muitas calopsitas não aceitam esse tipo de afago, mas gostam de subir no ombro, aceitam beijinho ou esfregam sua cabeça no rosto do tutor. É muito comum uma calopsita gostar de ficar no ombro ou no colo, mas não gostar que levem a mão até ela para fazer carinho.

Muitas calopsitas gostam de beijinho - Calopsita gosta de carinho

Muitas calopsitas não aceitam o contato com a mão, mas gostam de beijinho.

 

Calopsita gosta de carinho na cabeça

Os psitacídeos em geral gostam muito de receber carinho na região da cabeça por sentirem um grande relaxamento quando o afago é feito de forma adequada. Existem aves que costumam, inclusive, bocejar quando acariciadas.

Algumas calopsitas podem preferir carinho na parte de cima da cabeça, outras na parte de baixo ou ainda na lateral.

 

Como fazer carinho na calopsita

O carinho deve ser feito principalmente na cabeça (incluindo o topete) e pescoço da ave, passando o dedo no sentido contrário ao das penas, num movimento de trás para frente, com muito cuidado e delicadeza.

 

Artigos Relacionados

 

Regiões a evitar

Existem regiões em que a calopsita não gosta de ser tocada e, por isso, devem ser evitadas, como o peito e os pés.

Nas fêmeas, o tutor deve evitar também fazer carinho nas costas, debaixo das asas, sobre as asas e na parte de cima e de baixo da cauda. Pelo fato dessas regiões serem de incentivo sexual, a fêmea pode entender como se houvesse um macho querendo o acasalamento e isso pode trazer problemas de saúde (desencadeando uma postura crônica) e problemas comportamentais, porque a ave pode se frustrar, pode se tornar estressada, nervosa e agitada, por estar recebendo um estímulo e não poder corresponder àquele incentivo.

 

Paciência e determinação

Esses são os elementos necessários para que haja evolução da ave com seu tutor. É importante ressaltar que não é fácil e não é rápido. O processo de aproximação pode levar meses e, em alguns casos, até anos.

O essencial é ter paciência, observar o comportamento da ave, respeitar seu espaço e não forçá-la a fazer nada a que ela não se sinta confortável. E não desistir, pois a satisfação de presenciar a evolução de uma ave arisca e desconfiada que passa a aceitar o carinho é algo que não tem preço.

Agora que você já sabe que calopsita gosta de carinho, ficou com alguma dúvida sobre o assunto ou tem alguma dica para ajudar no processo de aproximação com uma ave arisca? Deixe seu comentário. Será uma satisfação para nós!

 

Colaboração: Daniele Melki

Daniele é de Belo Horizonte (MG), tutora de aves há mais de seis anos. Apaixonada, em especial, por psitacídeos, atualmente tem 20 aves: uma arara canindé, dois ring necks, dois agapornis, 12 calopsitas e três periquitos.

Calopsita gosta de carinho? 2

No Instagram, gerencia o perfil @naruto_e_sua_turma, que é focado em compartilhar enriquecimento ambiental e alimentação saudável para aves, e em mostrar todo amor e cuidado que tem com seus filhos de penas.

 

Cadastre-se em nossa newsletter